Cem anos atrás, as mulheres não enfrentavam os conflitos internos e externos que nosso mundo atual impõe a elas.
Explico. Ela casava, tinha seus filhos, netos, cuidava da casa, do marido, de todos e se sentia realizada como mãe, esposa e dona de casa. Parece fácil mas nunca foi. Eram tarefas e obrigações intermináveis. Enquanto isso, o marido se dedicava à sua vida e atividades fora do lar.
O homem crescia desde menino sabendo que teria vários caminhos para escolher …Se dedicaria à medicina? À política? Seria um liberal? Seguiria seus dons artísticos? Percorreria o sinuoso caminho as pesquisas científicas? Seria um grande comerciante ou um inventor? O mundo lhe pertencia. Suas realizações e vitórias eram aplaudidas em silêncio pela devota esposa e quando enfrentava suas quedas, a mesma esposa o consolava e continuava a lhe dar forças. Mas, sempre sem aparecer, pois o seu lugar era em casa, cuidando de tudo e todos, desde o preparo da próxima mamadeira até o último apagar das luzes, quando todos estavam já em suas camas quentes e acolhedoras.
A cabeça do homem estava livre para voar, criar, crescer e se realizar. A mulher nem sonhava ou almejava ter os mesmo direitos. E sua vida sexual … abafada e restrita ao seu principal objetivo… trazer seus filhos ao mundo: mais homens para liderar e mais mulheres para casar (nem sempre conseguiam, mas isto é assunto para outra história).
E se ela ousava mostrar querer se sentir mulher também na cama? Ah, aí ela precisaria escolher OUTROS caminhos. Afinal de contas, nas cabeças daqueles maridos de outrora, a esposa e mãe de seus filhos tinha que ser uma réplica de suas santas mãezinhas, à luz do exemplo de pureza da beatíssima Virgem Maria.
Hoje em dia… felizmente, as coisas mudaram e continuam a mudar, em ritmo e velocidade incalculáveis, ainda mais nestes tempos de internet, que abre todas as portas e cabeças no nosso universo. A mulher provou sua capacidade mental e intelectual, firmou-se e adquiriu todos os direitos dos homens. Basicamente o direito de se realizar da forma que desejar como pessoa, profissional ou qualquer outra opção! Agora lhe é permitido curtir a maternidade, o companheirismo (da forma sexual e social que escolher), construir e dirigir seu lar e tudo isto ao mesmo tempo em que se realiza como ser humano pensante e que necessita crescer no seu interior. Em poucas palavras, passou a ser ASSERTIVA.
Reconheço que nem sempre é fácil encontrar tempo para se afirmar, especialmente quando se tem filhos pequenos e uma casa para cuidar. Sei de vários casos de mulheres que, aos vinte e poucos anos, tiveram que largar a faculdade, ou o emprego, para dedicarem-se à família e que, mais tarde, à medida que o marido crescia e aparecia, passavam pela triste experiência de virem os filhos desaparecer de casa sem dar muita satisfação. Só então permitiam deixar brotar no fundo de sua alma um desejo pessoal, muito pessoal, de também buscar a felicidade, se realizar e buscar o próprio valor.
Minha mensagem, minhas amigas, é que vocês lutem para encontrar esse meio termo. A época do limbo, quando era normal aceitar uma relação insatisfatória (pessoal ou profissional), já se foi! O tempo passa e os desejos morrem diante da acomodação. Foi por isso que, quando eu tinha trinta e cinco anos, decidi que não mais trabalharia para ninguém como secretária devota, e tampouco ficaria à espera que o homem ideal aparecesse para me tornar feliz para sempre.
Idealizei e criei então a Great Start, como primeiro escritório temporário e virtual para empresas estrangeiras iniciando atividades no Brasil. Tipo a Regus e HQ dos dias de hoje, só que com uma estrutura total multilíngue, que eu pessoalmente supervisionava e dirigia. Ao invés de chefes para servir, eu os tinha como clientes! Me realizei tanto E TÃO COMPLETAMENTE, que o homem certo deu valor e voltou em minha vida para me tornar COMPLETAMENTE realizada e feliz como ser humano.
Um brinde aos homens que compreendem e incentivam as mulheres de hoje!
Astrid Rizzi
Presidente da Great Start Serviços Ltda. Pioneira no recrutamento e Colocação de Secretárias Multilingües.